15 de janeiro de 2014

Obrigado

Estive sem te escrever. Andei sem tempo, sem espaço, sem jeito. Se é desculpa ? Não. Não há desculpa para não te vir deixar um beijo, um olhar, um adoro-te. Não me esqueço de ti. Não estou sem pensar em ti por mais que não to diga, ou escreva. És o que me move, como foste sempre, desde o primeiro segundo. Segundo esse, que me deixaste sozinho. Abandonaste-me do mundo, do tempo e das gentes que nele me distraem. Ou distraíam. De ti, daquilo a que cheiras e aquilo que trazes. Que trazes para mim, como se eu merecesse, como se eu pudesse, ou tu me deixasses, ser e ter, ter-te. Porque tu és tudo. Lembro-me que o teu cabelo rasgava o ar como tu rasgaste tudo. E eu deixava-me ficar a vê-lo esvoaçar. Umas vezes para longe quando doía despedir. Outras para perto quando a  tua chegada me despedia as tristezas e afagava a alma. Contigo o tempo sempre foi bom. Esperava, e deixava-nos ficar mais umas horas na cama, mais uns minutos na praia, mais uns segundos por perto. Nunca nos fez correr, nunca nos apressou, nunca roubou despedidas, abraços ou frases. Nunca deixou que eu te deixasse sem a idéia de que deixar-te, não é uma hipótese. Nunca foi. Tens sido para mim aquilo que o tempo tem sido para o mundo. Uma companhia. Tudo passa, mas tu ficas. E passas(-te) comigo. Mas confio que sabes que só tu importas. Que no fim, só tu ficas. Tudo o resto passa, mas sem mim. E passa bem. É a ti que faço falta, é contigo que falto estar. Tem sido uma aventura maravilhosa. Tem sido tão melhor do que ousaria pedir. No fundo, mas sempre presente, está a consciência de algo novo para agradecer a cada dia. Por estares comigo, por sempre teres estado. Desde o início. Até ao fim.