23 de abril de 2013

Letter XLVIII

És a melhor coisa que me aconteceu em dois mil anos de história. Dança-me na pele porque já não me aguento sem ti. Curvam-se as costas e dói o coração. É o tempo diriam muitos. É a saudade digo-to eu. Saudade tua. Não que te pertença mas que te diga respeito. Como tudo diz. Tu és tu, e cada dia vejo a maior e maior dimensão disso. Tu és tu. Uma flor. A melhor coisa que alguém pode desejar, mas nunca exigir, menos merecer. Tu és tu. E lutar a teu lado tem sido a maior honra que o meu peito suporta. Sem medalhas. Apenas um corte no escudo por cada dia que me salvaste. Do mundo, do fundo, do fim. Ao escudo falta a cor, a faca retalhou-o numa frieza que te fixa aqui. Milhares de dias e noites de ti. Até que a morte nos separe disseram ? Morto estava eu antes de te conhecer. Agora sei que não poderia ter sido mais imortal.

17 de abril de 2013

Letter XLVII

Flor, ainda aí estás ?
Sei que tenho estado ausente, que não tenho passado por cá. para te soltar umas gotas de água ou um sorriso que te refresque. Sei que não tenho aparecido. Tens esperado? Esperado que chegue ou desesperado para que fique ? Gosto de acreditar que sim, que sentes a minha falta quando não estou.
Não tenho muito tempo, os compromissos afogam-nos e esquecemos-nos do nosso jardim.
Flor, é por ti que me comprometo. Para um dia poder passar os dias a ver-te crescer. Rodares o corpo para o sol e ver-te brilhar, com esse fogo que queima a vista, a alma. Um fogo que arde e que se vê perfeitamente. Porque o fogo vê-se ou não arde. Eu vejo-te e incendiaste o mundo inteiro.
Flor, adoro-te.