15 de junho de 2014

Onde é que ficámos ?

Só se fala de futebol à minha volta. O mundo está pintado de todas as cores. Cores da alma, que engolem os problemas e saem a rua para gritar por um objetivo comum. É bonito e faz-nos bem mas é a ti que te procuro. Em cada plano das bancadas, em cada reportagem nas ruas é a ti que eu procuro. Tenho saudades tuas. Mais do que canções de bancada é em ti que tenho pensado. Diariamente desde que me lembro. Deixo-me cair neste corpo pesado e mergulho em mim para procurar o que ainda existes aqui.E é bom. Basta fechar os olhos e estás encostada ao meu peito, com o teu corpo que não me pesa, mas o teu ser que tem todo o peso que alguém poderia ter na minha vida. Alguém não, tu. Só e sempre tu. Não podia ser de outro forma, não quando me habituei a beber cada gota que me permitias. Fosse ouvir-te ou carregar-te. Para a cama, para o mar, para o sol. O teu lugar era no sol. Para que todos te procurassem. Tu és o centro do mundo. E eu um pequeno girassol que te procura constantemente. E têm sido tempos incríveis. Ensinas-me tanto que não o posso escrever. Não quando esta saudade me dilacera como se não te pudesse ver mais. E então tu apareces. Na tua humildade de quem não é notada, e todas as cabeças se viram. Para que passes, e ilumines. E tu passas, iluminas e agarras-me com quanta força tens. Como se eu te pudesse merecer. Como se eu pudesse estar ao teu nível. Mas eu tento, e corro, e luto, e faço o que não posso por cansaço do que posso nesta ânsia de ser tão bom quanto mereças. Por ti tudo. Espero que estejas bem, nessa bancada de festa, ou na cama protegida do mundo, debaixo dos cobertores que te aconselham e dizem que o próximo dia vai ser melhor. E amanhã levanta-te e sorri. Lembra-te de quem és. Ninguém à tua volta se esquece. Agora vai, e dança por esse teu mundo, e lembra-nos porque continuamos a acreditar.