16 de outubro de 2012

Letter XVII

"A love-struck Romeo sings the streets a serenade
Laying everybody low with a love song that he made.
Finds a streetlight, steps out of the shade
Says something like, "You and me babe, how about it?"

Obrigado por sempre teres acreditado em mim. Ainda me lembro da primeira vez. Ou das ? Foram tantas em tanta coisa. Foste a primeira rosa, a primeira dança, o primeiro raio de sol que me chegou em cada manhã. Foste, a primeira música que gritei a plenos pulmões e o primeiro grito que calei, e guardei para mim. A primeira vez que quis chegar de mansinho, para que não acordasses, a primeira vez que troquei as botas pelos pés descalços no teu chão. Um chão que ficou nosso com o passar dos anos. És a primeira vez que escrevo para que alguém leia, alguém lê? És a primeira vez que trago outro sangue no corpo, de primeiras vezes que marcam mais que outras. A primeira vez que me rapaste o cabelo e fizeste de mim teu soldado, nesta ânsia de te defender de tudo o que te traz perigo, de tudo oq ue te traz mal. Porque tu és minúscula, uma espécie de pulga elétrica que está em toda a parte. Estás-me no sangue. És a primeira vez do amo-te, foste a primeira vez do adoro-te. A primeira vez em que soube do meu peito uma almofada. Quero agradecer-te. Por teres ficado comigo quando mais ninguém conseguiu justificar a permanência. Só penso em ti. Desde a primeira vez. A primeira vez em que o mundo ficou reduzido a uma pessoa, e uma data de argumentos para uma paisagem. A primeira vez que desconfiei da gravidade e flutuei à tua volta, como se tu pudesses atrair-me mais. E sempre pudeste. Nunca chegou. Ainda hoje me desequilibro se tu apareces de repente. Mas o que dói é quando não apareces, e a tua ausência me empurra para este buraco fundo de onde te escrevo. Porque se escrevo tu não estás, nem poderias. Escrevo na esperança que um dia me oiças, e corras para casa porque é aqui que pertences, desde o ínicio. Desde a primeira vez ? 

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