25 de novembro de 2012

Letter XXVI

Agora tenho escrito quando acordo, porque quando acordo penso em ti. Mil vezes te perco em sonhos, que  te levam, que queres ir, que te esqueces, vais, não voltas. Mil vezes te perco e acordo assim. Sinto o sangue na boca, os músculos tensos. Eu não te quero perder. Por não saber acordar sem este medo, este fogo que me rasga a pele e chama por ti. Nesta ânsia de te ver só mais uma vez, infinitas vezes. Bom dia, bom dia querida. Mesmo que ainda durmas porque tu podes dormir. Tu és boa demais para pesadelos ou medos. A noite dorme em ti com esse calor que lhe guardas. Tu és boa demais para noites. És o dia infinito, o dia que não passa. És a melhor metade de mim. Por não poderes ser só metade. És um monstro enorme que engole tudo, leva as leis de Newton e faz de mim uma maçã. Que cai para ti, atraída por ti, que existe, e só existe, em ti. Hoje sonhei contigo, como sempre. Hoje sonhei que te perdi, como sempre. Hoje acordei e senti que te adoro, que talvez sejas minha, mais um dia, umas horas. Hoje acordei, e pensei em ti. Quero dizer-te que és, e sempre foste, a melhor coisa do mundo. Bom dia querida flor, hora de acordar.

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