Mas não estás tu sempre aqui ? Se não, o que é este
perfume que me invade pela manhã e sorri ao meu lado durante o dia?
Se não, o que é esta presença constante que me guia pela noite,
não como um farol,mas como um sol, que me roubou as noites sem
deixar saudade? Que me levou a escuridão e o medo que todos
sentimos, quando tudo era fácil e mau era perder um lápis de cor.
Quando tínhamos meio metro e as asneiras eram feitas pelos
crescidos.
Às vezes queria ainda ter meio metro. Às vezes, quase
juro que ainda o tenho. Quando encostas a cabeça no meu peito e o
teu riso percorre o quarto nesta alegria que não passa. Quero saber
como apareceste aqui, mas principalmente o que te fez ficar. Quero
saber, mas não quero que me expliques. As explicações usam
palavras e as palavras tornaram-se muito susceptiveis de alterações,
deformações ou enganos. Estarei enganado? Se me tivesses dito o que
me mostras nunca poderia ter acreditado. Quero ver onde chegas, até
onde vais e se me levarás contigo.
Quero descobrir o que somos hoje para poder esboçar o que seremos
amanhã. A mais não me atrevo, que um esboço. Isto que me resta
agora, pouco mais que uma caneta, pois despiste-me de manias e
roupas. Despiste-me o corpo com gestos da alma. Eu vejo-te.
Nitidamente. Poderás tu querer ver-me ?
isto é um filme, as cartas lembram-me o "p.s. i love you"
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